Belemitas
Achamos o “delito” de Jesus!

Antes de iniciar a leitura pedimos que você se desconecte de tudo para fixar sua atenção ao que relataremos a seguir.
A punição por morte de cruz foi criada há aproximadamente 500 a.C. e, tempos mais tarde, passou a ser utilizada pelos romanos para punir rebeldes políticos, escravos e criminosos violentos.
Geralmente, o sujeito era despido e recebia chicotadas com diversos objetos para perfurar e cortar a carne já exposta. Além disso, deveria apresentar sua fraqueza física ao tentar carregar o seu madeiro até o local determinado a fim de receber a hostilização pública, ou seja, além de sofrer impiedosamente e agonizar, o sujeito era condenado à humilhação e à vergonha.
Gólgota: assim era chamado o palco do horror. As perfurações nos corpos dos condenados deixavam ossos, nervos e órgãos expostos, além da grande perda de sangue que potencializava o sofrimento. A posição, já de se imaginar, não é confortável trazendo a tona a espasmofilia [1] e a tetania [2], as quais deixam claro que a morte está por vir...
Mas qual das condutas citadas (rebeldia política ou crimes violentos) Jesus praticou para receber a condenação à cruz, se o “próprio juiz”, Pilatos, não enxergou motivo algum (João 19:4)?
O artigo 146 do Código Penal Brasileiro, obviamente parafraseando-o, determina pena ao sujeito que “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda”. Esta conduta é denominada constrangimento ilegal. Para que este crime ocorra é necessário que haja i) violência ou ii) grave ameaça ou iii) redução da capacidade de resistência.
Ora, eis o motivo para a condenação de Cristo: por seu amor, Ele nos constrange! Foi por este amor, graça e misericórdia que Jesus despiu-se da sua glória (Filipenses 2:7-8) para ser desprezado, o mais rejeitado e humilhado. Carregou feridas e foi moído por açoites e pecados para que, ao final de tudo, tivéssemos o direito de ter a VIDA ETERNA (Isaías 53).
Certamente não houve violência ou ameaça por parte de Jesus (1 Pedro 2:22), nada disso foi preciso para nos provar a grandeza deste amor, antes vemos algo tão puro e grande que é capaz de conceder a liberdade de, ainda assim, escolhermos retribuí-lo. Desta forma, a conduta de nos amar com este Único e Forte Amor reduz nossa capacidade de resistir a Ele enquadrando-o no terceiro pressuposto legal. Assim enxergamos que nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo, em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus (Romanos 8:38b-39 NTLH).
Consequentemente, assim como na Lei da Ação e da Reação, de forma imediata, nos leva a não o resistir e concluímos que não merecíamos este favor e que não há outra saída a não ser a de nos tornarmos melhores dando, a cada dia, um passo em direção à cruz para valorizar a sua morte.
“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:14-21 NVI
*Texto Inspirado na Musica Graça – Priscilla Alcantara.
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[1] A espasmofilia apresenta vários sintomas relacionados à ansiedade. O primeiro é a hiperventilação, uma aceleração do ritmo respiratório. Isso leva a uma sensação de sufocamento, respiração irregular e a uma busca incessante por ar.
[2] a tetania muscular que se manifesta por formigamentos, dormência, câimbras, uma contração intensa e dolorosa que resulta em um encolhimento da mão [...] ou do pé, assim como uma dificuldade em abrir a boca. Uma pessoa afetada geralmente sente astenia (fadiga intensa [...]) física ou intelectual.
Tetania: sintomas, crise e tratamento da espasmofilia – disponível em https://www.gentside.com.br/tetania/tetania-sintomas-crise-e-tratamento-da-espasmofilia_art5743.html. Acesso em 04/07/2018.
[3] Michaellis. Disponivel em https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/constranger/. Acesso em 04/07/2018.
