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O Irreconhecível



O poder de Deus nos tem dado tudo o que precisamos para viver uma vida que agrada a ele, por meio do conhecimento que temos daquele que nos chamou para tomar parte na sua própria glória e bondade. Desse modo ele nos tem dado os maravilhosos e preciosos dons que prometeu. Ele fez isso para que, por meio desses dons, nós escapássemos da imoralidade que os maus desejos trouxeram a este mundo e pudéssemos tomar parte na sua natureza divina. Por isso mesmo façam todo o possível para juntar a bondade à fé que vocês têm. À bondade juntem o conhecimento e ao conhecimento, o domínio próprio. Ao domínio próprio juntem a perseverança e à perseverança, a devoção a Deus. A essa devoção juntem a amizade cristã e à amizade cristã juntem o amor. Pois são essas as qualidades que vocês precisam ter. Se vocês as tiverem e fizerem com que elas aumentem, serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa boa como resultado do conhecimento que vocês têm do nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pedro 3:8, NTLH).

Que palavras sensacionais!!! Esses versículos são um resumo de tudo aquilo que esperamos ser em Cristo Jesus; um perfil de indivíduo transformado pelo desenvolvimento da natureza divina em si!


Se eu fosse contemporâneo dos discípulos e estivesse lendo essa carta, certamente iria dizer o seguinte: Linda reflexão; palavras realmente inspiradoras! Quem foi que escreveu?


E o outro contemporâneo falaria para mim: Foi Pedro[1]!


Nessa hora, eu me espantaria!!! Pedro?? Qual? O Simão???


Isso, Simão Pedro, ué... O discípulo do Mestre!


Não acredito!!!


Pois bem, quem conheceu Pedro realmente não poderia acreditar que era ele o autor desse texto!


Veja as qualidades que ele exalta: bondade.... fé.... conhecimento... domínio próprio.... perseverança.... amor.... E arremata dizendo: essas são as qualidades que vocês precisam ter!

Vamos, porém, relembrar quem era o Pedro que nós conhecemos nos Evangelhos:


1. O Pedro que diz que precisamos ter domínio próprio é aquele que, durante a prisão de Jesus, sacou uma espada e cortou fora a orelha de Malco, empregado do Grande Sacerdote (João 18:8-11).


2. O Pedro que diz que precisamos ter fé é aquele que duvidou que era Jesus andando sobre as águas e gritou: Se é realmente o senhor, me manda ir até aí (Mateus 14:28)[2].


3. O Pedro que diz que precisamos ter conhecimento é aquele que repreendeu Jesus quando Ele disse que iria morrer e ouviu a seguinte resposta: Saia da minha frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu tropece, pois está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa. (Mateus 16:23).


4. O Pedro que diz que precisamos ter perseverança: é aquele que disse que iria com Jesus até o fim, mas o negou três vezes antes mesmo do galo cantar (João 18:15-18; 25-27).


Será que Pedro fora o inventor do ditado popular: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?


Penso que não. Na verdade, vejo essa esplêndida introdução à sua segunda carta como um atestado do poder transformador de Jesus!!


É simplesmente incrível ler tais palavras! Mais do que encherem nossa alma como verdadeiro alimento espiritual, mais do que nos inspirarem a viver um tempo de dedicação total a Deus, elas nos afirmam um testemunho vivo da cruz!


Jesus nos amou o suficiente para nos aceitar da maneira que somos, mas nos amou ainda mais para não permitir que permanecêssemos como somos. Ele morreu para que ganhássemos a vida e enviou o Espírito Santo para que pudéssemos desfrutar dessa vida já na Terra. Como Paulo escreveu aos Romanos: Pois sabemos que a nossa velha natureza pecadora já foi morta com Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado. Pois quem morre fica livre do poder do pecado. Se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo foi ressuscitado e nunca mais morrerá, pois a morte não tem mais poder sobre ele [...]. Assim também vocês devem se considerar mortos para o pecado; mas, por estarem unidos com Cristo Jesus, devem se considerar vivos para Deus (Romanos 6:6-9;11).


O poder do amor de Jesus nos transforma!!! Na cruz Ele nos livrou de nossa natureza pecaminosa e nos deu a oportunidade de recomeçarmos nossa caminhada, seguindo os seus passos! Pelo poder que há no nome de Jesus, aquele que mente pode deixar de mentir; aquele que rouba pode deixar de roubar; aquele que trai pode se tornar fiel; caráteres desviados podem ser realinhados. O Espírito Santo transforma quem somos para nos tornar cada vez mais parecidos com Jesus! É uma mudança espiritual que nos aperfeiçoa gerando frutos em nosso caráter e vida moral!!!


Basta que abramos nosso coração e nos deixemos envolver. Por isso, caminhemos com Jesus e aprendamos com Ele. Veja o convite que Ele nos faz: Vocês estão cansados, enfastiados de religião? Venham a mim! Andem comigo e irão recuperar a vida. Vou ensiná-los a ter descanso verdadeiro. Caminhem e trabalhem comigo! Observem como eu faço! Aprendam os ritmos livres da graça! Não vou impor a vocês nada que seja muito pesado ou complicado demais. Sejam meus companheiros e aprenderão a viver com liberdade e leveza” (Mateus 11:28-30, A Mensagem).


E aí, você aceita esse convite?


Assim como Pedro, tornemo-nos irreconhecíveis, para que o Senhor Jesus seja reconhecido em nós!


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[1] Embora haja alguma divergência entre os estudiosos acerca da autoria da segunda carta de Pedro e acerca da data em que foi escrita, acredita-se que tenha sido elaborada na década de 60 d.C, pelo próprio Pedro. Portanto, Jesus já havia partido há quase 30 anos, Pedro já havia levado o Evangelho para muitos lugares e estava nos últimos anos da sua vida. Essa é uma carta escrita para a Igreja em geral, conforme se depreende de seu primeiro versículo: [...] a vocês que, por causa da bondade do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam uma fé tão preciosa como a nossa. Algo como um legado de Pedro para todos os seguidores de Jesus.

[2] Há quem olhe essa passagem como um ato de fé, mas a mim parece muito mais um ato de dúvida.



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